Em um comício realizado na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo, o ex-presidente Jair Bolsonaro articulou uma estratégia para influenciar o poder político brasileiro sem necessariamente retornar à Presidência da República. Seu apelo central: a conquista de, pelo menos, 50% das cadeiras na Câmara dos Deputados e no Senado nas eleições de 2026.
**Bolsonaro argumentou que essa maioria parlamentar permitiria à direita impor sua agenda política, influenciando decisivamente a composição de órgãos importantes**, como agências reguladoras e o Banco Central. Ele enfatizou que, com tal controle no Congresso, o poder de decisão ultrapassaria o próprio Executivo. “Se vocês me derem 50% da Câmara, 50% do Senado, 50% do Congresso, eu mudo o destino do Brasil”, declarou o ex-presidente.
**Apesar de negar obsessão pelo poder**, Bolsonaro deixou claro a importância desse objetivo para o futuro político do país. Ele afirmou que, mesmo sem ocupar um cargo executivo, a liderança de um Congresso dominado pela direita garantiria a implementação de sua ideologia. “Quem assumir a liderança vai mandar mais que o presidente da República”, disse, reforçando a tática de alcançar o poder indiretamente.
**O discurso, permeado por críticas contundentes ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao governo Lula**, incluiu menções a medidas governamentais como o aumento do IOF e denúncias de desvios de recursos do INSS. Bolsonaro, no entanto, minimizou a necessidade de resultados imediatos, enfatizando a importância da construção a longo prazo: “As coisas não acontecem de uma hora para outra. Se queremos que nosso time seja campeão, temos que investir.” O evento reforçou a intenção de Bolsonaro de manter-se influente na cena política brasileira, mesmo fora dos cargos executivos.
